A advocacia tradicional, caracterizada pelo litígio, vem se deparando com desafios cada vez maiores. Processos longos, desgastantes e muitas vezes custosos geram insatisfação em clientes e profissionais. Diante desse cenário, surge a advocacia colaborativa como uma inovação disruptiva no mundo jurídico.
O que é advocacia colaborativa?
A advocacia colaborativa é uma abordagem inovadora na resolução de conflitos legais que se diferencia do tradicional litígio. Neste modelo, os advogados e as partes envolvidas se comprometem a resolver seus problemas de forma colaborativa, por meio do diálogo e da negociação, evitando assim litígios prolongados e custosos.
Diferenças da advocacia tradicional
- Foco na colaboração: ao contrário da advocacia tradicional, onde cada parte busca defender seus próprios interesses, a advocacia colaborativa busca soluções conjuntas;
- Comunicação transparente: as partes e seus advogados se comunicam abertamente, compartilhando informações e buscando entender as necessidades de cada um.
- Negociação e construção de consensos: as partes trabalham em conjunto para encontrar soluções que beneficiem a todos, com o auxílio de um advogado especialista em negociação.
- Resolução amigável: o objetivo final é alcançar um acordo que seja satisfatório para todos os envolvidos, evitando a necessidade de um processo judicial.
Como funciona na prática a advocacia colaborativa?
Na prática, a advocacia colaborativa envolve a seleção de profissionais treinados nessa abordagem e a realização de reuniões colaborativas entre as partes, com o objetivo de identificar interesses comuns e buscar soluções que atendam às necessidades de todos os envolvidos.
As vantagens desse método incluem a preservação dos relacionamentos, a redução do estresse e dos custos associados ao litígio, e a obtenção de acordos mais duradouros e satisfatórios para ambas as partes.
Quando a advocacia colaborativa é indicada
A advocacia colaborativa pode ser utilizada em diversos tipos de conflitos, como:
- Divórcio e questões familiares: pensão alimentícia, guarda dos filhos, divisão de bens;
- Conflitos societários: disputas entre sócios, dissolução de sociedades;
- Conflitos de vizinhança: discussões sobre limites de propriedade, servidão de passagem;
- Conflitos consumeristas: reclamações de produtos e serviços, problemas com compras on-line.
Advocacia colaborativa, na prática
Na prática, a advocacia colaborativa segue um processo estruturado que prioriza o diálogo, a cooperação e a busca por soluções mutuamente benéficas. Conheça, a seguir, as etapas de um processo típico.
1. Seleção de profissionais
O primeiro passo é a seleção da equipe de advogados capacitados em advocacia colaborativa. Esses profissionais devem possuir treinamento específico nessa abordagem e estarem comprometidos com os princípios fundamentais da colaboração e da resolução de conflitos de forma construtiva.
2. Reunião inicial
As partes envolvidas, juntamente com seus advogados colaborativos, realizam uma reunião inicial para discutir o processo e estabelecer as regras básicas de colaboração. Durante esse encontro, são definidos os objetivos comuns, as preocupações individuais e as expectativas de cada parte.
3. Troca de informações
Após a conversa inicial, as partes compartilham informações relevantes sobre o conflito, como documentos, evidências e pontos de vista. Esse processo de troca de informações é conduzido de forma transparente e honesta, com o objetivo de promover a compreensão mútua e facilitar a resolução do conflito.
4. Reuniões colaborativas
Com base nas informações compartilhadas, as partes e seus advogados colaborativos realizam uma série de reuniões colaborativas para discutir possíveis soluções para o conflito. Durante essas agendas, são exploradas diversas opções e alternativas, com o objetivo de encontrar uma solução que atenda aos interesses de ambas as partes.
5. Negociação e elaboração do acordo
Uma vez que as partes concordem com uma solução, os advogados colaborativos auxiliam na negociação dos termos do acordo e na elaboração de um documento que formalize os termos acordados. Esse acordo é revisado e refinado pelas partes, garantindo que todas as preocupações e interesses sejam adequadamente abordados.
6. Implementação e acompanhamento
Após a assinatura do acordo, os advogados colaborativos auxiliam na implementação das medidas acordadas e no acompanhamento do cumprimento dos termos do acordo ao longo do tempo. Esse acompanhamento é importante para garantir que o acordo seja eficaz e duradouro.
Quais as vantagens da advocacia colaborativa para o escritório e para o cliente?
Para o escritório, a advocacia colaborativa pode trazer os seguintes benefícios:
- Relações mais positivas com os clientes: a abordagem colaborativa permite maior proximidade e entendimento entre o advogado e o cliente, o que pode fortalecer a relação e a confiança entre eles;
- Aumento da satisfação e fidelização dos clientes: ao proporcionar uma resolução de conflitos mais amigável e menos estressante, é provável que os clientes fiquem mais satisfeitos com o serviço prestado, o que pode levar a uma maior fidelização;
- Diferenciação no mercado jurídico: a advocacia colaborativa é uma prática que faz parte da advocacia humanizada e que ainda não é muito comum, portanto, os escritórios que a adotam podem se destacar no mercado.
Para o cliente, a advocacia colaborativa pode ter como vantagens:
- Participação ativa na resolução de seus conflitos: diferentemente do litígio tradicional, onde o advogado geralmente assume a condução do caso, na advocacia colaborativa o cliente tem a oportunidade de participar ativamente do processo, o que pode levar a soluções mais satisfatórias;
- Controle sobre o processo e o resultado final: como o cliente está envolvido em todas as etapas do processo, ele tem mais controle sobre o andamento do caso e o resultado final;
- Redução do impacto emocional e financeiro associado ao litígio adversarial: processos judiciais podem ser longos, caros e emocionalmente desgastantes. A advocacia colaborativa busca minimizar esses aspectos, tornando a resolução de conflitos uma experiência menos traumática.
Por que a colaboração é tendência e tem sido muito utilizada?
A advocacia colaborativa está se tornando cada vez mais popular devido à sua eficácia na resolução de conflitos, sua abordagem humanizada e sua capacidade de promover a comunicação interna e a cultura 4.0 nos escritórios de advocacia.
Com a crescente busca por alternativas mais eficazes e humanizadas ao sistema judiciário tradicional, a advocacia colaborativa surge como uma solução promissora para os desafios enfrentados pelos profissionais do Direito e seus clientes.
Para saber mais sobre como promover uma cultura organizacional positiva e investir no bem-estar dos colaboradores em seu escritório de advocacia, confira nosso material sobre gestão de pessoas na advocacia.