Para dar conta das demandas que se apresentam no mundo atual, o Direito precisa ser dinâmico, capaz de antecipar realidades e evitar lacunas legais. E, em um cenário como este, uma análise preditiva faz toda a diferença. Isso porque ela permite que profissionais da área vislumbrem melhores possibilidades futuras em processos a partir dos dados presentes hoje.
Trata-se de um recurso superinteressante para diferenciar a prestação de serviços no mercado jurídico, dada a imensa quantidade de informações com as quais quem trabalha no setor precisa considerar em diversos momentos.
Quer entender melhor a advocacia preditiva e como a tecnologia dá suporte para bancas de advogados ou departamentos jurídicos? Então, continue a leitura!
O que é advocacia preditiva
Basicamente, a advocacia preditiva é uma técnica. Impulsionada pelo avanço tecnológico, ela consiste em buscar converter um enorme volume de dados existentes no presente em previsões futuras, estabelecendo prognósticos sobre o que ocorrerá em um intervalo de tempo.
Entenda mais sobre o conceito e a aplicação a seguir:
Conceito e aplicação no Direito
Na prática jurídica, uma análise preditiva vai permitir que profissionais da advocacia se antecipem a possíveis desdobramentos em ações por meio de dados de casos pregressos. Essa metodologia funciona com algoritmos, modelos estatísticos, um robusto banco de dados jurídicos históricos e o aprendizado de máquina, ou machine learning.
Tudo isso funciona para a construção de possíveis cenários, seja por padrão ou similaridade.
Agora, é essencial entender bem o papel dessa técnica: seu papel é orientar o processo decisório, não servir como uma ferramenta de previsão infalível do futuro. A convicção e o olhar de profissionais do Direito são fatores determinantes para o êxito da estratégia adotada ao utilizar esse recurso.
Diferença entre análise tradicional e preditiva
Por muito tempo, o Direito foi construído sobre bases essencialmente reativas: o problema surgia, o conflito se estabelecia, e só então o aparato jurídico era acionado. Esse modelo, focado em apagar incêndios, já se mostrou custoso e pouco eficiente.
A advocacia preditiva inverte essa lógica, deslocando profissionais de uma posição reativa para uma verdadeiramente estratégica e preventiva, mapeando padrões de litigiosidade, identificando gargalos contratuais e antecipando cenários de risco.
Com o auxílio de algoritmos e técnicas de lógica avançadas, advogados que adotam essa estratégia estarão aptos a elaborar recomendações específicas para a resolução de cada caso.
Benefícios da advocacia preditiva para o escritório
Agilidade em decisões e melhor gestão de risco, tempo e orçamento estão entre alguns dos benefícios do uso desse recurso. Agora, entre todas as vantagens, as principais são:
Previsão de decisões judiciais
Uma análise preditiva bem feita indica a probabilidade de sucesso dentro de uma causa e fornece tendências na resolução. Por exemplo, em um tribunal onde 90% dos casos semelhantes de danos morais são negados, esse levantamento de dados sugere que prosseguir com determinada ação pode não oferecer vantagem.
Da mesma forma, auxilia na decisão sobre recursos. Se um valor pedido em primeira instância não será concedido integralmente, mas é sabido que em segunda instância o resultado tende a ser pior conforme a jurisprudência do tribunal, talvez não seja favorável recorrer em face do valor arbitrado.
Em casos em que duas teses argumentativas são cabíveis, mas as chances de acolhimento são distintas, a análise preditiva, por meio da jurisprudência, permite que o escritório modifique argumentos para adotar a tese mais aceita. É algo que otimiza as chances de sucesso.
Identificação de riscos e oportunidades
Além de prever decisões processuais, a advocacia preditiva é vital para a identificação de riscos e oportunidades no mercado jurídico. Ela pode indicar tendências de demandas e, assim, despertar esforços antecipados para empreendedorismo no setor.
Para jovens advogados, dá um vislumbre de qual área tende a crescer nos próximos anos, servindo de base para a escolha de atuação; para quem já conta com uma estrada na carreira, consegue fornecer indícios de segmentos que venham a se destacar, ensejando uma capacitação.
Um exemplo claro foi a entrada em vigor da LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais: advogados que trabalhavam com Direito Digital ou empresas que tratam dados pessoais puderam utilizar análises preditivas de mercado para se atualizar e estar preparados para o cenário futuro.
Ferramentas e cases de uso
A tecnologia de ponta é, de fato, um grande impulsionador da análise preditiva em empresas que querem realizar uma advocacia baseada em dados. Contar com ferramentas adequadas é um diferencial relevante para obter bons resultados e, assim, conseguir oferecer o melhor serviço a contratantes.
Softwares de análise de dados jurídicos
No mercado, existem diversos softwares e aplicativos especializados que potencializam a análise preditiva. Nesse caso, vale a pena investir em tipos que forneçam recursos de jurimetria, por exemplo.
Há plataformas ainda que, a partir de inteligência artificial e com dados extraídos de tribunais de justiça e de Diários Oficiais, são aptas a monitorar, buscar, comparar e prever de forma bastante interessante resultados de processos.
Esses sistemas utilizam algoritmos, modelos estatísticos e machine learning para processar o Big Data jurídico e construir possíveis cenários, facilitando o uso da aplicação sem a necessidade de conhecimento aprofundado em análise de dados ou treinamento extensivo.
Exemplos reais de antecipação de resultados
Citar casos pontuais seria um desafio, até por conta de questões de confidencialidade entre bancas de advogados ou departamentos jurídicos e seus clientes. No entanto, há abordagens gerais em que é possível verificar o potencial da advocacia preditiva.
A aprovação da Reforma da Previdência, por exemplo, seria possível de ser antecipada como uma tendência para o Direito Previdenciário nos anos subsequentes, permitindo que profissionais se preparassem para os impactos.
A entrada em vigor da LGPD em 2020 é outro caso claro: advogados especializados em Direito Digital ou que trabalhavam com tratamento de dados pessoais tiveram a oportunidade de utilizar análises preditivas de mercado para se atualizar sobre a nova legislação e se posicionar de forma proativa para as demandas futuras.
Análise preditiva: do atendimento reativo ao proativo
A advocacia preditiva, impulsionada pela tecnologia legal e pelo Big Data jurídico, faz parte da revolução que a advocacia 4.0 vem ocasionando ao setor. É essencial que quem atua na área entenda não apenas esse conceito, mas consiga aplicá-lo, a fim de se destacar no mercado.
A era de apenas apagar incêndios quando os desafios surgiam acabou. Agora, bancas de advogados e departamentos jurídicos precisam estar aptos a agir de modo proativo, estratégico e, acima de tudo, preventivo.
A capacidade de converter grandes volumes de dados em insights para decisões assertivas não é mais um diferencial competitivo, mas uma exigência no setor. Para quem quer dominar o uso da tecnologia de ponta no Direito, aproveitando ao máximo a advocacia preditiva e outros recursos modernos, fica o convite para a leitura do e-book Inteligência Artificial na Advocacia: tudo que você precisa saber sobre essa tendência.
Trata-se de um material bastante rico produzido pela Alkasoft para quem não apenas quer se manter no setor, mas se tornar um dos líderes. Confira!
