Advocacia 5.0: o que é e como se preparar

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Internet das Coisas, realidade aumentada, jurimetria, blockchain, machine learning. Esses termos já estão inseridos em nossa rotina, mas não dizem respeito à Advocacia 5.0. São inovações provenientes da Sociedade 4.0 (e da Advocacia 4.0), que terão seus impactos potencializados na Sociedade 5.0.

Essa nova sociedade é marcada pela disrupção agressiva em ritmo rápido e tem como foco o ser humano e suas necessidades e habilidades intrínsecas. Podemos esperar novos modelos de mercado comprometidos com a geração de valor, organizações descentralizadas e muito mais. E como será o Direito 5.0? O que é de fato a Advocacia 5.0?

Advocacia 5.0: o que é?

A Advocacia 5.0 é uma das tendências para advogados que segue a linha dessa nova sociedade “super inteligente”. 

Impulsionada por tecnologias digitais, a Sociedade 5.0 teve seu conceito apresentado pelo governo japonês ainda em 2016 no lançamento do 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia. Formulado pelo Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação (CSTI). Este plano pretende utilizar as tecnologias da Indústria 4.0 a favor da convergência para atender às necessidades humanas e resolver os problemas sociais. 

Quando falamos então de um modelo de gestão para advogados da Sociedade 5.0, a primeira característica é essa: centrada no ser humano. 

Então, Advocacia 5.0 é a advocacia com foco total no ser humano e em suas necessidades, considerando a mentalidade do mundo digital, suas formas de geração de valor e resolução de problemas. Ao contrário da mentalidade jurídica conservadora e tradicional (hierárquica, vertical, formalista e padronizada), temos uma nova mentalidade, baseada em descentralização, diversidade, horizontalidade e sustentabilidade.  

Advocacia 5.0 x Advocacia 4.0

A Advocacia 4.0 era marcada pela automação dos processos e pela produtividade. O foco da adoção das tecnologias era diminuir a burocracia e as operações manuais, reduzindo os erros. O uso de dados e sistemas jurídicos garantiriam eficiência, sustentabilidade e lucratividade. 

Algumas novidades vieram com a Advocacia 4.0, como jurimetria, Direito Digital, LGPD, Compliance e outras. Por mais que os advogados tenham usufruído dos recursos tecnológicos para ter tempo para uma atuação estratégica, o foco ainda não era as necessidades humanas.

E essa é a grande diferença entre Advocacia 4.0 e Advocacia 5.0. Com a nova sociedade, a ideia é amplificar o impacto dessas tecnologias para resolver problemas sociais e individuais, conforme as necessidades e demandas da pessoa. Lembra-se do conceito de Legal Design? É por ali!

Como se preparar para a advocacia 5.0?

As tendências para advogados continuam em alta na Advocacia 5.0. Mas como o profissional deve se preparar para essa nova sociedade? A tecnologia no mercado jurídico já é uma realidade e veio para gerir todo o escritório, especialmente com os softwares jurídicos. Com as ferramentas assumindo ações, o advogado assume papéis estratégicos na tomada de decisões.

Para a Advocacia 5.0, deverá ir além de utilizar bem a tecnologia. Será preciso ter uma conduta voltada para as relações interpessoais, promovendo a interação e o senso de conexão social. A ética se alia à tecnologia, a criatividade se torna ainda mais importante, assim como as demais soft skills. O olhar sistêmico será fundamental para encontrar soluções rápidas aos problemas dos clientes. 

Temáticas como desenvolvimento sustentável, reforma regulatória, estratégias de direitos humanos e segurança cibernética invadirão a Advocacia 5.0. Utilizar a mentalidade jurídica conservadora não adiantará. O Direito é só um meio, não um fim em si mesmo.

Em suma, o advogado do futuro deverá, sempre, olhar para sua atuação com a lente do “humano”. É a tecnologia e o advogado a serviço das pessoas. 

Advogados em começo de carreira já deverão pensar sua atuação dentro das características da Advocacia 5.0. Profissionais que já possuem anos de mercado jurídico, assim como se adaptaram à Transformação Digital, também deverão se adequar ao olhar mais humano.

Que tal começar entendendo como implantar o Design Thinking no escritório?

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